A plataforma quer trazer segurança, robustez e facilidade de uso para o desenvolvimento de aplicações de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) e seu nome vem da prática conhecida no universo da TI, Dojo, que é o encontro em que programadores treinam técnicas e metodologias de desenvolvimento de software, por meio da solução de desafios.
“A dojot é uma plataforma habilitadora, capaz de acelerar o desenvolvimento de aplicações IoT adequadas à realidade brasileira, em diversas áreas, e com suporte local”, afirma Sebastião Sahão Júnior, presidente do CPqD.
A base da plataforma dojot é o Fiware, projeto open source criado pela União Europeia, sendo que a decisão do uso de código aberto foi tomada para incentivar sua adoção por empresas, startups e outras instituições interessadas em desenvolver projetos IoT.
“Com isso, a intenção é estimular a inovação aberta e facilitar a construção de um ecossistema voltado à oferta de soluções de Internet das Coisas no país”, acrescenta Alberto Paradisi, vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento do CPqD.
A dojot possui arquitetura baseada em microsserviços e inclui, entre outros recursos, um painel de controle com interface gráfica web, API (Application Programing Interface) única e aberta, para acesso aos serviços, e segurança fim a fim – que envolve a autenticação dos devices e das aplicações na plataforma, a gestão de identidade e criptografia – com garantia de privacidade das informações.
A plataforma oferece ainda serviços para tratamento de dados, estruturados e não estruturados, Big Data, componentes para análise de serviços em tempo real e para gestão de dispositivos, mecanismos para implementar algoritmos de machine learning e suporte aos protocolos MQTT, HTTPs e CoAP, utilizados em boa parte das aplicações IoT disponíveis no mercado.
“Um dos diferenciais da dojot é o recurso de prototipação rápida, que permite gerar, em cerca de meia hora, um produto mínimo viável (MVP) a partir do qual é possível validar o conceito junto ao cliente, antes de desenvolver a aplicação”, destaca Leonardo Mariote, diretor da área de Conectividade do CPqD.
Algumas empresas brasileiras já estão usando ou vão usar em breve a dojot para desenvolver aplicações. É o caso da Taggen, empresa especializada em projetos e soluções de Internet das Coisas, da Exati Tecnologia, de Curitiba, e da IMA – Informática de Municípios Associados.
Os interessados em desenvolver aplicações IoT utilizando essa plataforma já podem obter seu código nesse portal.
A dojot faz parte de um projeto mais amplo, financiado pelo FUNTTEL (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e Finep, que vem sendo conduzido pelo CPqD em parceria com outras instituições de ciência e tecnologia brasileiras.